Até há pouco tempo as pessoas com Autismo (Perturbações do Espetro do Autismo, ou PEA) permaneciam escondidas da sociedade, no ambiente das suas famílias e dos centros especializados de atendimento. Mas o modo como a sociedade entende a sua realidade e a plena aceitação das diferenças e incapacidades mudou radicalmente.
As pessoas afetadas e as suas famílias reivindicam o seu lugar visível e a sua voz na sociedade, bem como o direito de serem tratadas e potenciadas.
Como afirmou o Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo (2 de abril), devemos reafirmar "o nosso compromisso de promover a plena participação de todas as pessoas com autismo e garantir que tenham o apoio necessário para poderem exercer os seus direitos e liberdades fundamentais. "
A Organização Mundial de Saúde estima que uma em cada 160 crianças no mundo sofra de PEA, de acordo com vários estudos recentes. Em Portugal, os dados mais recentes referem que uma em cada mil crianças em idade escolar é autista.
O autismo tem origem neurobiológica e acompanhará a pessoa ao longo de toda a sua vida, embora as manifestações e necessidades mudem consoante os diferentes estágios de desenvolvimento e, de igual modo, também se apresente de maneira diferente em cada paciente. As necessidades das pessoas que sofrem com esta doença podem variar bastante, mas, mesmo assim, a PEA deve ser tratada como um problema de um coletivo e, desta forma, abordar a melhoria dos tratamentos de forma abrangente.
As áreas básicas para essa melhoria são:
- Deteção precoce
- Atendimento precoce
- Educação
- Apoio a pessoas com PEA para desenvolver uma vida independente na idade adulta, principalmente no local de trabalho.
Em Portugal a FPDA-Federação Portuguesa de Autismo é a entidade de âmbito nacional que promove a “defesa incondicional dos direitos das pessoas com Perturbações do Espectro do Autismo e das pessoas com elas significativamente envolvidas”.
Sobre o Mundial do Dia Mundial da Consciencialização do Autismo
As Nações Unidas centram esta celebração anual na importância na capacitação das mulheres e das crianças do sexo feminino com autismo e sobre a necessidade de as envolver, a nível individual e das organizações, nas políticas e na tomada de decisões.
Relembram-nos, inclusive, que as mulheres e as meninas de todo o mundo estão mais expostas do que os homens à violência física, sexual, psicológica e económica, o que no caso das mulheres e crianças com deficiências se torna mais grave.
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