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A responsabilidade de cuidar de um idoso em casa

O crescimento contínuo em relação à esperança média de vida leva-nos a enfrentar, provavelmente em algum momento das nossas vidas, a responsabilidade de cuidarmos de uma pessoa idosa. Embora tenhamos outras opções, muitas pessoas escolhem cuidar dos seus idosos em casa, por isso é aconselhável ter em conta algumas dicas, não só para o bem-estar dos idosos, mas também para evitar o "síndrome do cuidador".

Recentemente soubemos que, de acordo com o Índice Bloomberg, que Portugal está em 22º lugar no ranking de países mais saudáveis do mundo. O Sistema Nacional de Saúde português foi avaliado pelo Euro Health Consumer Index como o 13.º melhor da Europa, entre os 35 serviços analisados.

Espanha ocupa o 1º lugar e uma das variáveis consideradas foi a esperança média de vida. E esta evolução, ao longo dos anos, está associada a uma melhoria nos cuidados de saúde primários, retratada pelo Observatório Europeu dos Sistemas e Políticas de Saúde, que coloca a esperança média de vida de Espanha nos 83 anos.

O envelhecimento da população portuguesa é uma realidade. Os dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que a população com 65 anos ou mais teve acréscimo de 36.634 pessoas para um total de 2.213.274 pessoas. Existem duas razões claras para este envelhecimento: menos nascimentos e um aumento da esperança média de vida.

É por estas razões que aumentam as possibilidades de que, em algum momento das nossas vidas, tenhamos que assumir a responsabilidade por uma pessoa mais velha, muito provavelmente um membro da nossa família. A nível sentimental, significa um forte compromisso, pois queremos dar-lhes tudo aquilo que nos deram um dia: carinho e valores. No entanto, nem sempre é possível cuidar de uma pessoa idosa, especialmente se for uma pessoa bastante dependente. Existem algumas razões que podem levar-nos a contratar profissionais externos ou recorrer a residências ou centros especializados.

No entanto, também é possível optar por ter os idosos na nossa casa. Neste caso, é importante ter em consideração alguns conselhos e recomendações. É um período das nossas vidas que pode ser muito gratificante, mas também exaustivo para todas as pessoas envolvidas.

De seguida, oferecemos uma série de dicas básicas para evitar constrangimentos, para cuidar da melhor maneira possível da pessoa idosa e, acima de tudo, fugir ao "síndrome do cuidador".

  1. Estar consciente do estado de saúde, físico e mental da pessoa idosa. Ao tomar a decisão de cuidar de uma pessoa idosa ou optar pela residência ou por um profissional externo, devemos estar totalmente conscientes do seu estado de saúde. Um idoso pode apresentar diversas patologias, assim como existem diferentes graus de dependência. Por outro lado, devemos também prestar atenção à sua saúde mental.
  2. Estabeleça uma rotina. Assim, tanto a pessoa a ser cuidada como o seu cuidador têm de ter horários fixos para algumas atividades do dia-a-dia, como acordar, alimentação, higiene pessoal, etc., incluindo também atividades de lazer. Esta rotina também irá ajudar no controlo da medicação e dos tratamentos que podem vir a seguir, assim como ajudará a cuidar, a proporcionar uma alimentação mais saudável e equilibrada e respeitar as suas horas de sono.
  3. Relacionado com o ponto anterior, é importante incorporar atividades que nos ajudem a manter corpo e mente ativos. Ao nível do físico estamos a falar de dar passeios na rua ou no parque ou mesmo fazer exercícios leves em casa. Quanto à memória, podemos contar com diferentes ferramentas e jogos que, além de divertidos, ajudam no exercício mental. Na verdade, pode aproveitar as novas tecnologias e até jogos de computador para melhorar o seu estado cognitivo.
  4. Cerque-se de outros profissionais, familiares ou amigos. Por um lado, é importante que o idoso não esteja sempre com o cuidador, mas, sim, que mantenha um círculo mais amplo de relações sociais. Isso irá ajudá-lo a "desconectar-se" do cuidador e a sentir-se valorizado e amado por outras pessoas. Por outro lado, também é essencial que o cuidador tenha a ajuda de profissionais, se necessário, bem como o apoio de outros membros da família ou amigos. Por outro lado, o cuidador não tem de achar que é algo egoísta “ter um tempo só para si”, mas é altamente recomendável que durante o dia, tenha uma ou duas horas sem responsabilidades.
  5. Ter uma atitude positiva em relação a este período da vida. A mentalidade com que encaramos esta responsabilidade é muito importante para lidar com esta fase, especialmente se estamos a cuidar de alguém há muito tempo ou se essa pessoa é muito dependente de nós.
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