O aumento das doenças crónicas em Portugal é um dos desafios, presentes e futuros, que a saúde enfrenta. Atualmente mais de metade da população portuguesa sofre de uma doença crónica e estima-se que essas doenças afetem mais de 50 milhões de pessoas só na União Europeia, de acordo com o estudo “Doença Crónica: Um Desafio Social para o Século XXI”.
As tecnologias envolvidas noutros setores, como inteligência artificial, a robótica, a realidade virtual ou a impressão 3D, entram em cena na medicina para a revolucionar. Já falámos anteriormente sobre como a tecnologia pode ajudar a melhorar a qualidade de vida na terceira idade, e reforçamos agora a ideia de que o restante das tecnologias promete melhorar a vida dessa população dependente, com um atendimento global e de qualidade.
Novas tecnologias aplicadas ao setor da saúde
Uma disciplina que ganha destaque é mHealth ou Mobile Health. Como mais de 70% dos portugueses usam um smartphone, a tecnologia móvel tem muito potencial para ajudar os doentes crónicos, cuidadores e médicos. Através de aplicações disponíveis nas lojas, é possível monitorizar a saúde, promover a prevenção e a vida independente e autónoma dos pacientes. Alguns exemplos dessas aplicações são:
- Medisafe: atua como um lembrete dos medicamentos que o paciente deve tomar e quando.
- Daylio: permite monitorizar diariamente o seu humor; é especialmente útil para pessoas que sofrem de ataques de pânico, ansiedade ou depressão.
- Flaredown: monitorize sintomas, registe tratamentos e ligue-se a outras pessoas com o mesmo tipo de patologias. É muito útil para que consiga explicar ao médico todos os sintomas e condicionantes.
Num futuro não muito distante, a assistência robótica ajudará os doentes e os seus cuidadores com maior independência. Além disso, para evitar internamentos desnecessários, promove-se a instalação de sensores que monitorizam a residência e o estado de saúde. Serão os robôs a interagir com o paciente, a dar-lhes apoio físico e mental, ajudá-los no seu dia-a-dia, etc.
A impressão 3D também se tornou numa das tecnologias que revolucionará o setor. Ela será usada para a criação de órgãos e tecidos para transplantes, bem como próteses e implantes. Existem vários exemplos de pessoas que desfrutam de uma vida completamente diferente, graças a uma prótese personalizada, bem como a diferentes descobertas ligadas à impressão 3D, como o desenvolvimento de um pulmão artificial, em 2016.
Desafios a superar
As novas tecnologias poderão mudar o dia-a-dia dos doentes crónicos. No entanto, tanto eles como o próprio setor da saúde devem enfrentar uma série de desafios a este respeito:
- Obsolescência: qualquer equipamento tecnológico possui um prazo de vida útil. E não é suficiente manter o seu funcionamento durante muito tempo, mas mantê-lo atualizado face às novas soluções terapêuticas que vão surgindo. Deste modo, é importante existirem planos globais de renovação para aliviar a obsolescência tecnológica.
- Investimento e equilíbrio económico: estas novas tecnologias representam um investimento inicial, não apenas em equipamentos, mas também em formação, tanto para profissionais quanto para pacientes.
- Barreiras sociais e geracionais: ligadas ao ponto anterior, é necessário que os pacientes se adaptem às mudanças tecnológicas – às quais, em muitos casos, não estavam acostumados.
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