De acordo com dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística, a taxa de poupança das famílias portuguesas voltou a descer no último trimestre de 2018, caindo para 4% do rendimento. Ainda segundo o INE, esta é a taxa de poupança mais baixa até ao momento e fica a dever-se ao facto de as famílias estarem a aumentar os gastos rapidamente enquanto os seus rendimentos disponíveis registam um ritmo de aumento inferior.
Por seu lado, janeiro é um mês de reflexão. Com a chegada do novo ano, voltamos a depararmo-nos com os nossos objetivos, e um dos mais repetidos é a poupança. Já conhecemos as estratégias mais comuns para fazer o planeamento dos nossos rendimentos e despesas, estabelecendo um orçamento em função das categorias, fazendo uso de aplicações móveis, comparando regularmente preços, etc. No entanto, além destes truques, existem outros que estão relacionados com a psicologia e que nos vão ajudar a aumentar ainda mais as nossas economias.
A psicologia do dinheiro
Ainda que sejamos capazes de gerir a nossa economia, pagar dívidas e poupar mensalmente uma quantia de dinheiro requer pequenos conhecimentos financeiros e aconselhamento matemático, e a verdade é que anos diferentes de pesquisa relacionam o papel psicológico com o dinheiro.
Se quer realmente melhorar as suas finanças, também deve analisar o que sente ao gastar dinheiro, uma vez que é comum encontrar um relacionamento agradável (ou doloroso) por detrás das suas compras. Um sentimento comum no momento de adquirir algo é o pensamento “eu mereço”, como se o dinheiro fosse a recompensa pelo trabalho árduo. Tudo para saciar o prazer momentâneo.
Outras pessoas gastam dinheiro para substituir um sentimento, do presente ou do passado. Por exemplo, pessoas com baixa autoestima ou que no passado sofreram represálias com qualificações sobre o seu aspeto físico, geralmente gastam mais dinheiro em roupas de marca e produtos estéticos para “compensar” a sua mente e sentirem-se aceites. Se pensa identificar-se com algum destes casos, responda sinceramente às seguintes questões:
- No que é que eu gosto de gastar dinheiro?
- Planeio as minhas compras para responder a necessidades básicas ou caprichos?
- Quais os sentimentos que experiencio ao fazer compras?
5 Conselhos para gerir a nossa mente e economia
- Acabe com o pensamento de “eu mereço porque trabalhei muito” no momento de fazer uma compra. Para isso, não pense em dinheiro, mas antes em horas de trabalho. Desta forma, pode avaliar se uma compra é realmente necessária.
- Estabeleça laços emocionais de longo prazo. Como já vimos, gastar dinheiro a curto prazo gera um pico de felicidade e prazer momentâneo que não acontece quando se pensa como é aborrecido poupar. Mude esta mentalidade estabelecendo vínculos emocionais mais fortes com os seus objetivos financeiros. Se tem um objetivo ao poupar, pode imaginar como vai sentir-se ao alcançá-lo, acrescentando o sentimento de orgulho e perseverança.
- Use notas de valor mais alto. Matematicamente, uma nota de 50 euros é o mesmo que cinco de dez euros. No entanto, psicologicamente custa-nos mais pagar com uma nota de 50 do que com notas de valor mais baixo.
- Aprender com o arrependimento. É possível que ao fazer uma compra seja “visitado” pela culpa. Esse é o momento ideal para escrever num papel ou no telemóvel como se sente e ler o documento antes de realizar outra compra. Também pode optar por fazer uma lista de prós e contras antes de tomar a decisão de adquirir algo, e essa lista vai ajudá-lo a pensar de forma racional, evitando arrependimentos no futuro.
- Perceba como funciona a sua mente. Se respondeu às perguntas anteriores, conseguiu identificar o que sente ao realizar uma compra e como a sua mente desempenha um papel importante nas suas poupanças. O melhor é conhecer-se a si próprio e saber quais são as suas fraquezas ao comprar, para que possa combatê-las e controlá-las.
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