Promovido pela Organização Mundial de Saúde, a 6 de junho celebra-se o Dia Mundial dos Pessoas Transplantadas. Incentivar e promover a cultura da doação de órgãos e tecidos são os propósitos fundamentais deste dia.
Os doadores tornam-se heróis anónimos, sendo capazes de acrescentar mais tempo à vida de outra pessoa com seus órgãos. No entanto, a luta do transplante continua após a alta médica. Visibilizar essa entrega à vida é outro propósito de 6 de junho.
Felizmente, em Portugal, a doação de órgãos e os transplantes tem batido sucessivos recordes. De acordo uma notícia que cita o relatório da Coordenação Nacional da Transplantação sobre a atividade de doação e transplantação de órgãos entre 2012 e 2017, “no ano transato foram colhidos 1011 órgãos e realizados 895 transplantes. Em dador vivo, registaram-se 77 doações de rins e dois de fígado”.
Portugal estava, no final de 2017, no top 3 de dadores de órgãos e em sexto nos transplantes. Dados do relatório sobre transplantes do Conselho da Europa, citados pelo Observador, indicam que em 2016 Portugal registava 32,7 dadores falecidos por milhão de habitantes (mais 1,7 do que no ano anterior), sendo apenas ultrapassado pela Espanha (43,8 dadores) e pela Croácia (39,5 dadores). E entre 2008 e 2016 Portugal registou um aumento de 22% na doação.
Como ser um doador de órgãos e tecidos
Não há limites de idade, sexo, etnia ou religião para se tornar um herói anónimo como doador de órgãos e tecidos. De acordo com a legislação Portuguesa, todos somos considerados potenciais dadores, desde que não expressemos oposição à dádiva no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA)
O site do Instituto Português do Sangue e da Transplantação fornece indicações úteis sobre todo processo, incluindo dados sobre o tipo de órgãos possíveis de doar, em que condições e mesmo sobre o processo de doação em vida.
O rim foi o órgão mais doado em Portugal no ano passado, seguido pelo fígado, pulmões e intestino. No entanto, não podemos esquecer os tecidos. Ossos, córneas, pele, válvulas cardíacas, segmentos vasculares e outras culturas celulares são tecidos que podem ser transplantados.
Conselhos para pacientes transplantados
Passar por um transplante também não é uma decisão fácil de ser tomada pelo paciente; Mesmo sabendo que esta intervenção pode salvar a sua vida. Cuidar da alimentação ou praticar desporto são recomendações comuns após um transplante, mas antes disso é essencial estar atento à segunda hipótese de viver e superar a luta pelo medo e pela incerteza.
- O medo da rejeição é o sentimento mais comum entre os pacientes. No entanto, se esta ansiedade afeta o dia-a-dia, ou até mesmo o momento de tomar a decisão é aconselhável consultar os profissionais.
- A luta é contínua. Após um transplante, o órgão precisará de um período de adaptação ao nosso corpo. Depois disso, temos que continuar a prestar atenção especial e seguir as recomendações médicas.
- É importante manter uma dieta saudável e equilibrada. Alguns conselhos médicos: não use sal na comida, evite o excesso de peso, consuma moderadamente produtos de pastelaria, chocolates e doces, e coma alimentos ricos em vitaminas, como legumes e frutas (sempre muito bem lavados).
- Deve também prestar atenção à ingestão de líquidos, especialmente bebendo muita água.
- O exercício físico é recomendado. É preferível que seja leve no início, como andar, para depois aumentar as atividades e intensidades. Não pratique desportos de contacto e violentos.
- Evite vícios como tabaco e álcool.
A vida de um transplantado torna-se numa história de superação, que aumenta as respetivas páginas dia após dia. E doar os seus órgãos e tecidos significa ajudar a escrever a história da vida de outra pessoa!
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