O Dia Internacional da Mulher é uma data bem conhecida no calendário, comemorada há mais de um século. E apesar desta longevidade é uma data que continua bem atual e a mensagem que lhe está subjacente não pode fazer mais sentido. Celebramos um movimento internacional sem precedentes a favor dos direitos, da igualdade, da segurança e da justiça para mulheres e meninas em todo o mundo.
Ao longo de uma História que parece escrita e vivida apenas pelos homens, este dia representa o auge do pensamento coletivo para lembrar a presença das mulheres em todas as correntes trabalhistas, científicas, culturais e sociais. A celebração do Dia da Mulher vem assim destacar o papel das mulheres na sociedade.
O desafio da igualdade de género
Este ano a situação internacional exige a todos uma grandeza de visão. Mais do que as reivindicações ideológicas, o desígnio internacional exige que neste dia coloquemos os nossos olhos nas situações muito graves que milhões de mulheres, raparigas e meninas passam em todo o planeta. Sem dúvida as guerras, com os seus fluxos de refugiados forçados que fogem com as suas famílias da violência, bem como as condições de extrema pobreza material e cultural em que muitas sociedades vivem, devem realmente prender o nosso olhar.
De acordo com dados das Nações Unidas, existem 18 países nos quais os cônjuges podem legalmente impedir que as suas esposas trabalhem; e em 39 países filhas e filhos não possuem os mesmos direitos hereditários.
Uma questão bem atual é a violência e o assédio sexual sobre as mulheres. Foi necessário o aparecimento de um movimento na meca do cinema - o #MeToo - para colocar esta grande discriminação no centro das atenções dos governos, das associações e das empresas. No entanto, este fluxo de libertação das mulheres tem que ser estendido a cada país e ao respetivo cenário social, de modo que chegue a cada rapariga, e a cada mulher. Trata-se de um objetivo muito ambicioso, sobretudo se considerarmos os números mais recentes (Fonte: UN Women):
- Uma em cada cinco raparigas e mulheres (até aos 50 anos) relatou ter sofrido violência física ou sexual nas mãos de um parceiro íntimo num período de 12 meses;
- Há ainda 49 países não possuem leis que protejam as mulheres contra a violência doméstica;
- Cerca de 200 milhões de meninas e mulheres em 30 diferentes países sofreram mutilação genital feminina e 750 milhões de raparigas casam antes de atingir os 18 anos de idade.
Agora é o momento
Este ano a Organização das Nações Unidas convida-nos a participar na campanha “Agora é o momento: as ativistas rurais e urbanas que transformam a vida das mulheres" (#TimeIsNow), que possui como principais desafios:
- Refletir sobre os progressos alcançados;
- Manifestarmo-nos a favor da mudança. É necessário uma sociedade 50-50;
- Prestar homenagem a mulheres comuns e extraordinárias, que mudaram o mundo através das suas palavras e das suas ações.
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