Muitas vezes não estamos plenamente conscientes de que partilhamos o nosso céu com muitos mais elementos do que julgamos. Além de pássaros e dos convencionais veículos de transporte aéreo, chegaram também aos nossos céus – com funcionamento estável e não experimental – os drones.
Os drones não são mais do que o resultado da inovação e da transformação digital de muitos setores, que viram nesta tecnologia simples um trampolim inigualável para a otimização de muitos recursos e para poder oferecer um serviço competitivo. Os drones, juntamente com a tecnologia da Internet das Coisas (Internet of Things, ou IoT) e a análise de dados, representam uma grande ferramenta tecnológica para as empresas.
A tecnología dos drones por setor de atividade
Até hoje, uma das barreiras à decolagem desta tecnologia era, naturalmente, a regulação do espaço aéreo sobre áreas urbanas, por exemplo, por questões de segurança e privacidade. Em qualquer caso, o Governo já anunciou alterações na regulamentação a esse respeito para promover, sempre com garantias, o uso dessa tecnologia por empresas privadas. Especificamente, "o uso permitido de drones em áreas urbanas será ampliado para autorizar voos à noite, em meio a multidões de pessoas e também fora do alcance visual do piloto"
Não há dúvida de que o primeiro grande impulso da tecnologia drone veio do setor do Audiovisual. Juntamente com a indústria militar, foi o setor que facilitou a sua implementação nos diversos setores de negócios. Atualmente, apenas na área de drones comerciais, de acordo com os últimos dados oficiais oferecidos pela Statista, falamos de mais de dois milhões de aeronaves não-tripuladas vendidas em todo o mundo e de uma faturação de mais de 4.000 milhões de dólares em 2016.
Após alguns incidentes com drones perto do aeroporto de Lisboa e do Porto, em Portugal a Autoridade Nacional da Aviação Civil – ANAC – criou um site e uma campanha especialmente dedicados à utilização dos drones, denominados Voa na Boa. O site inclui diversas ligações para a legislação, entretanto, aprovada e alterada, bem como conselhos práticos para usar estes equipamentos, quer para profissionais, quer para situações de simples lazer.
Os drones e o setor dos seguros
Surpreendentemente, apesar de ter ainda uma baixa penetração, os drones estão a ser usados de forma muito eficaz pelo setor dos seguros, à frente de outras indústrias. Os usos mais comuns dos drones no mercado de seguros cobrem três áreas principais:
- Peritagem. Talvez a realidade dos desastres naturais possa parecer um pouco distante, mas as companhias de seguros norte-americanas não pensaram assim após os efeitos devastadores dos furacões Harvey, Irma e Maria. Nessa altura, muitas empresas optaram por realizar as principais inspeções com drones em vez de recorrer a peritos no terreno. Esta tecnologia foi inestimável no processo, além de garantir a integridade física das equipas de especialistas.
- Prevenção de fraudes. Os drones estão a ser usados para avaliar terrenos que são declarados como não produtivos, de modo a verificar se nenhuma atividade económica é realizada nesses mesmos terremos. Neste sentido, os drones são usados para avaliar o uso de grandes áreas de terras agrícolas que eram difíceis de cobrir e, em particular, para descrever com precisão as propriedades danificadas.
- Avaliação de riscos. O uso de drones está a permitir que as seguradoras entendam melhor os ativos segurados e, assim, tomem decisões sobre riscos e políticas. A tecnologia de drones, juntamente com inteligência artificial e a análise de dados, permitirá uma avaliação de risco nunca antes conhecida. O impacto da tecnologia muda tudo e a variável de risco irá refleti-lo fortemente.
O compromisso com a transformação digital pelo setor de seguros deve ser definitivo. E os drones são um passo indubitável para essa transformação do setor.
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