Ninguém tem dúvidas sobre a influência que o trabalho tem na saúde das pessoas. E a verdade é que essa relação pode ser positiva, entendendo o trabalho como promotor da saúde por valores como satisfação ou integração social, ou negativa, se tivermos em conta acidentes de trabalho, além de doenças.
Além dos riscos ocupacionais, o trabalho e o quotidiano de muitas pessoas influenciam, direta e indiretamente, a saúde mental de muitos trabalhadores. Muitos dos problemas, assinalados como emergentes no relatório Segurança e Saúde no centro do Futuro do Trabalho desenvolvido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), apontam nessa direção. No mesmo estudo, a OIT aponta para "riscos psicossociais ou stress" como grandes desafios a serem enfrentados, em parte também devido a mudanças no espaço laboral e no modo de trabalhar.
Para a Organização Mundial de Saúde, encontramos muitos fatores no ambiente de trabalho que podem afetar a saúde mental, sendo a causa de doenças como depressão ou ansiedade. A interação social no trabalho, o ambiente organizacional ou as habilidades e competências da equipa são alguns dos riscos que aponta a OMS, embora também aponte aqueles relacionados ao conteúdo do trabalho: quando as tarefas executadas não se adaptam às competências ou volume de trabalho elevado.
Lugares de trabalho saudáveis, fatores chave para o futuro
A Organização Mundial da OMS lançou cinco chaves para empresas, reconhecidas como boas práticas para criar locais de trabalho saudáveis.
- Participação e compromisso da Direção
- Envolvimento dos trabalhadores e dos seus representantes
- Ética e legalidade empresarial
- Uso de um processo sistemático e integral para assegurar a melhoria contínua e a eficácia
- Sustentabilidade e integração
Essas propostas estão refletidas nos relatórios preparados sobre os desafios das empresas quando se trata de atrair e reter talento. A mudança na mentalidade em relação ao trabalho, consequência também da nova geração de millennials que já fazem parte do mercado de trabalho, faz com que o salário já não seja o fator mais atrativo. Por exemplo, o relatório Randstad Employer Brand Research 2017 aponta que o segundo fator a avaliar sobre as empresas é sobre segurança no emprego e saúde a longo prazo.
Esses relatos demonstram, por sua vez, um firme compromisso de continuar na luta pelos direitos dos trabalhadores, além de assumir conceitos de maior importância, como saúde mental, stress no trabalho ou conciliação.
Os “Mártires de Chicago”, protagonistas do Dia do Trabalhador
Quase todos os países do mundo celebram o 1 de maio, Dia do Trabalhador. Embora saibamos que este dia celebra todos os direitos laborais alcançados até ao momento, a data escolhida para a celebração tem a sua origem na história que aconteceu no 1º de maio de 1968, em Chicago.
Esta cidade americana vivia o auge da industrialização pelo desenvolvimento da ferrovia e mostrou-se contra a lei da jornada laboral de 8 horas. Reagindo a essa recusa, um grupo de sindicalistas convocou uma manifestação pacífica em Haymarket Square. Os protestos continuaram com uma greve de trabalhadores que durou até 4 de maio. Nesse dia, um desconhecido lançou uma bomba contra a polícia que tentava dispersar os manifestantes de forma violenta.
Pelo atentado foram acusados 31 trabalhadores. Após o julgamento, cinco trabalhadores foram condenados à forca e três à prisão. Portanto, o 1º de maio presta homenagem a esses oito trabalhadores, mas, paradoxalmente, os Estados Unidos e o Canadá celebram na primeira segunda-feira de setembro.
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