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Os mais procurados: profissionais especializados com capacidade para se adaptarem à mudança

É uma constatação da qual temos vindo a falar neste blogue: o mercado laboral em Portugal está a mudar, impulsionado pela revolução digital por um lado e pela crise económica da qual, segundo os especialistas, estamos a começar a sair.

Os sinais de que a crise económica começa a ficar para trás são evidentes. Nesta fase complicada de recuperação, um dos desafios que temos de aprender a encarar é a mudança no mercado laboral fruto dos novos modelos de rentabilidade das empresas portuguesas (basicamente os que correspondem à fórmula “a mesma produtividade com menor custo laboral”) e um cenário ainda não esquecido de elevadas taxas de desemprego. Estes dois ingredientes principais fazem com que estejamos ante um possível problema de precaridade laboral, especialmente entre os mais jovens.

A disrupção digital entrou também com força, como temos salientado, nas organizações e nos processos de criação de produtos e serviços. Neste sentido, “os processos de automatização estão a aumentar fortemente em vários sectores e há desenvolvimentos a nível da tecnologia que vão afetar seriamente algumas profissões, sobretudo aquelas que têm tarefas mais rotineiras”, referiu António Moniz, especialista em Sociologia do Trabalho, ao Expresso.

Como conseguir emprego num cenário de mudança e altamente competitivo?

Embora não haja uma só resposta, mas sim múltiplas respostas, há uma ideia que funciona: pensar como pensaria a empresa. Isto é, trata-se de entender os desafios que a empresa ou o sector enfrentam aos quais deseja responder e apresentar-se com uma solução válida.

Pode ser formulada de outro ângulo: a sua proposta de valor pessoal tem de coincidir com a realidade da empresa. Na construção da proposta de valor está sem dúvida a vitória, seja qual for a situação da empresa que procura sempre realizar o melhor investimento possível em pessoas capazes de gerar soluções, oportunidades e receitas.

O profissional polivalente

Tem-se falado bastante dos polos opostos no perfil dos candidatos: especializado ou multifacetado. Se bem que a curto prazo podemos apenas falar de uma só opção, a realidade, segundo os especialistas, é que a médio prazo se vai impor um perfil mais versátil que técnico já que aquilo em que as empresas apostam é, sem dúvida, por um perfil polivalente.

Como se definem? Como se identificam? Sem dúvida que se procuram especialistas numa determinada área ou função, mas as habilitações pessoais no trabalho tomam a dianteira e ganham importância. Não se procura exclusivamente experiência técnica, mas sim capacidade de compreender o trabalho em equipas multifunções, orientadas para o cliente, orientadas para os resultados, nas quais as competências comerciais adquirem grande valor.

Não se procuram técnicos especializados que funcionem como peças soltas, mas sim profissionais que compreendam a necessidade de elaborar um projeto e que sejam capazes de fazer evoluir o seu perfil, os seus conhecimentos, para executar tarefas diferentes, se a empresa necessitar em algum momento.

Em definitivo, uma pessoa que aprenda a trabalhar em ambientes de mudança, e que seja capaz de evoluir profissionalmente com a empresa sem perder desempenho. Um profissional ao qual lhe agrade crescer com o projeto e com as suas equipas.

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