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Tudo o que precisa saber sobre consolidação de dívidas

O endividamento devido a questões como hipotecas, empréstimos bancários, cartões de crédito ou o pagamento de um automóvel a “prestações” é uma das questões que mais preocupa as famílias em Portugal.

Segundo dados do Banco de Portugal citados pelo Jornal de Negócios, dados de Dezembro de 2017 indicam que a dívida das famílias se situava nos 73,86% do PIB, o equivalente a aproximadamente 142 mil milhões de Euros. Nos últimos sete anos o endividamento das famílias portuguesas tem vindo a diminuir significativamente - entre 2011 e 2017 reduziu em termos absolutos em cerca de 31,8 mil milhões de Euros. Mas continua a ser elevado.

Consolidação de dívidas: a solução possível?

Uma das alternativas para melhorar o financiamento das dívidas por parte das famílias é consolidá-las.

Este processo envolve o cancelamento das hipotecas, de empréstimos e créditos já contratados para criar um novo contrato único, com aprovação prévia da entidade financeira em questão.

Não é, no entanto, uma solução disponível para todos os cidadãos, uma vez que os requisitos passam por ter uma boa, ou pelo menos, razoável saúde financeira, de modo a que a entidade contratada possa cobrar com sucesso o referido empréstimo. Uma situação que, em muitos casos, contraria a urgência de tornar o pagamento mais flexível. Ou seja, deverá ter não apenas uma garantia de pagamento, mas também uma garantia de reembolso.

A sua casa em perigo

Aos requisitos acima mencionados acrescenta-se que a maioria destas consolidações de dívida é feita sobre empréstimos hipotecários de casas que já estão pagas.

Se levarmos em linha de conta que estes pedidos de consolidação são feitos, sobretudo, por famílias que compraram uma casa ou um carro - ou seja, famílias jovens - na maioria dos casos esta opção acaba por ser abandonada.

Divida única

Quando temos várias dívidas pendentes podemos priorizar qual a que devemos pagar primeiro, por vários motivos. No entanto, quando estas estão consolidadas a instituição financeira exigirá que a seja esta a sua única dívida, de modo a garantir que não dará prioridade a outros encargos.

Custos fixos

O mero facto de consolidar as suas dívidas gera, à partida, três tipos de despesas:

  • As despesas geradas pelo cancelamento dos seus empréstimos existentes;
  • As despesas geradas pela realização de uma análise da sua situação financeira e pela formalização de uma nova hipoteca (avaliação, notário, etc.).
  • As despesas cobradas pelas entidades intermediárias no processo.

Prazo maior, mais juros

Se uma família tem acesso a uma consolidação dos seus empréstimos, será porque necessita de prazos mais longos e de pagar quantias menores mensalmente para saldar as suas dívidas.

Isto esconde, no entanto, uma armadilha: a longo prazo, além de prolongar a dívida vários anos face ao prazo que tinha anteriormente, irá pagar mais de juros e, por vezes, mais altos em alguns casos, chegando a pagar o dobro do que pagaria pelas dívidas em separado.

Por todas estas razões, o "milagre" da consolidação de dívidas esconde, a longo prazo, numerosas desvantagens para os problemas das finanças familiares que tenta, precisamente, resolver.

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